"A linhagem dos Távoras é das mais antigas e chegou ao reinado de D. José I, quando o apelido foi extinto por lei, com representação sem quebra de varonia, caso raro. Os genealogistas dizem que os Távora descendem do rei de Leão D. Ramiro II e de D. Artiga, que lhe dão por terceira mulher, informando que anteriormente se chamava Zara e era irmã de Alboazar Alcocadão, senhor de Gaia, da qual aquele soberano houvera a D. Alboazar Ramires, casado com D. Helena Godins, filha de D. Godinho das Astúrias, pais de D. Hermingo Alboazar, marido de D. Dordia Osores, de quem teve a D. Rosendo Hermingues, povoador e senhor da beatria de Távora, famoso guerreiro, o qual se recebeu com D. Urraca Afonso. D. Rosendo e sua mulher tiveram vários filhos, entre eles D. Tedon Rosendes, senhor de Távora, que contraiu matrimónio com D. Sancha Mendes, que teve terras até então incultas, onde fez quinta em que se originou a povoação de Granja do Tejo. Sucedeu-lhe seu filho D. Ramiro Tedóniz, senhor de Távora, e sucessivamente, de pais a filhos, D. Pedro Ramires, senhor de Távora e fundador do mosteiro de S. Pedro das Águias, D. Ramiro Pires, senhor de Távora, Pedro Ramires, que teve o mesmo senhorio, e Lourenço Pires de Távora, sucessor de seus maiores e senhor das vilas de Paradela, Valença e Castanheiro e do couto de S. Pedro das Águias, cujo padroado pertencia à família. Casou este Lourenço Pires de Távora com D. Guimar Rodrigues, filha de Rui Pais de Gares, de quem houve geração propagadora do apelido, cujo uso uma lei proibiu depois do atentado contra o Rei D. José I.
O bispo de Malaca, D. João Ribeiro Gaio, dedicou aos Távoras estes versos:
As ondas de Távora são
de sangue azul mudadas
derramadas dos que estão
em S. Pedro já
sendo desta geração.
As armas que lhes pertencem e das quais estiveram privados pela lei, são: De prata, com cinco faixas ondadas de azul. (...)
Os marqueses de Távora (anteriormente Condes de S. João da Pesqueira, e Condes de Alvor) trouxeram as suas armas pelo modo seguinte, que vários ramos usaram: De prata, com cinco faixas ondadas de azul, a do meio carregada de um golfinho de prata; bordadura do campo, carregada das palavras Quasqunque findit, em letras de negro. (...)"
In: Armorial Lusitano, Afonso Eduardo Martins Zúquete
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