"Família das mais considerada na Península, a qual se diz porvir dos reis de Leão. D. Guterre Pais, governador da terra da Maia, teve por filho D. Pelaio Guterres, governador de Alva, e por neto a D. Guterre Alderete, rico-homem, senhor de Alderete e da torre da Silva situada na aldeia do Alderete, freguesia de Cerdal, termo de Valença do Minho, da paróquia de Oserdão, de Alderete e de Jozam.
Acompanhou o conde D. Henrique de Borgonha e esteve na tomada de Coimbra pelo rei de Castela D. Fernando I. Daquela torre tomou o apelido de Silva, que transmitiu à sua geração. Casou-se com D. Maior Peres de Ambia e teve D. Paio Guterres da Silva, rico-homem, adiantado-mor de Portugal, governador de muitas terras pelo rei D. Afonso VI de Leão, alcaide do castelo de Santa Eulália, senhor de Alderete, da torre da Silva e do porto da Figueira. Fundou os mosteiros de Cucujães, Tibães, São Simão da Junqueira, São Salvador do Souto e Santo Estêvão de Vilela. Recebeu-se com D. Sancha Anes, filha de D. João Ramiro, senhor de Montor, neta de Ramiro Frade, da qual teve filhos, e contraiu segundas núpcias com D. Urraca Rabaldes, filha de Cristóvão Anes e de D. Maria Rabaldes, de quem houve geração. Os filhos de ambos os matrimónios tomaram o apelido de Silva e por eles se continuou a linhagem.
João Rodrigues de Sá, senhor de Matosinhos, nas suas coplas heráldicas, disse desta linhagem:
Do metal mais eycelente
os que trouxeram lyão
em prata, Sylvas serão,
que oje sacha presentea
mais antygua jeração
Foram seus progenitores
Capetos, & Numitores,
Reys d'Alva, donde vyeram
os irmãos que nom couberão
num soo reyno doos senhores.
Igualmente cantou os Silvas o bispo de Malaca, D. João Ribeiro Gaio, nos versos seguintes:
Trazem leão e mais sanguinho
os Silvas da Corunha e Vigo
cujo solar é no Minho
junto de S. Vitorino
nobre leal e antigo.
Estes condes de Cilfantes
são garfos de Portugal
vem nos criados nos montes
por um fero animal
que não perdoa os infantes.
Deve-se, também, versos alusivos à mesma linhagem ao insigne genealogista Manuel de Sousa da Silva, capitão-mor de Santa Cruz de Riba Tâmega. É dele a quintilha:
Esta illustre e fatal
A quinta da Silva mão
que perto de Braga está
A Hespanha e Portugal
Catorze títulos dá.
As armas desta família são: De prata, com um leão de púrpura, armado e lampassado de vermelho ou de azul. (...)"
In: Armorial Lusitano, Afonso Eduardo Martins Zúquete
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